27 julho 2008

CALENDÁRIO UMBANDA


Orixá - Sincretizado Como: Comemoração
Exú - Santo Antônio - 13 de Junho
Iansã - Santa Bárbara - 04 de Dezembro
Iemanjá - Nossa Senhora da Glória - 15 de Agosto
Nanã - Nossa Senhora de Sant'Anna - 26 de Julho
Oba - Joana d'Arc - 30 de Maio
Obaluay - São Roque - 16 de Agosto
Ogum - São Jorge - 23 de Abril
Oxalá - Jesus Cristo - 25 de Dezembro
Omulu - São Lázaro - 17 de Dezembro
Oxum - Nossa Senhora da Conceição - 08 de Dezembro
Oxumaré - São Bartolomeu - 24 de Agosto
Xangô - São Jerônimo - 30 de Setembro

24 julho 2008

UM MÉDIUM INICIANTE

Posted by alexdeoxossi under UMBANDA Etiquetas: , , ,

Um médium iniciante foi falar com o Dirigente do terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas:
Pai preciso saber urgente quem são meus Orixás, e com quais entidades vou trabalhar ?
E por que esta pressa meu filho? – Respondeu o dirigente.
È que tenho amigos em outro terreiro e quando souberam que eu estava freqüentando a Umbanda, me fizeram estas perguntas e eu não soube responder.
Vou te ensinar a resposta, quando te perguntarem novamente responda:
“Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade, as entidades com as quais vou trabalhar são Fé, Amor, Paciência, Perseverança.”
O médium ficou olhando sem entender as palavras do dirigente que continuou:
Na Umbanda não temos de nos preocupar quem são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que menos vai importar é seu nome, devemos sim nos preocupar em ajudá-las a transmitir àqueles que os procurarem as energias positivas e a paz que procuram.

Vaidade x Humildade

Irmãos combatamos a vaidade que dissipa o verdadeiro significado de Nossa religião, corrompendo-nos muitas vezes sem percebermos. Vejo por aí muitos médiuns, achando que por serem umbandistas, se tornam inatingíveis e invulneráveis. Que nada poderá afetá-los e que mal algum acometê-los-á.
Ponhamos as mãos em nossa consciência e entendamos de uma vez por todas, que somos instrumentos de Deus (Zambi). Responsáveis por cumprir uma missão, um compromisso que fizemos antes de encarnamos aqui na terra. Não devemos nos vangloriar desta obrigação, pois não somos melhores do que ninguém por sermos médiuns.
Há outros médiuns que vacilam em achar que seu caboclo é melhor do que outros por ter maior poder, ou possui maiores poderes.
Alguns médiuns passam até a frente de suas entidades sem perceberem, por causa de suas vãs vaidades. Apegam-se aos nomes de suas entidades e os proferem com orgulho para todos como se ter um Caboclo “Cobra Coral” fosse, ter a maior de todas entidades. Lembremos que o nome ao qual as entidades se apresentam são formas de evidenciar humildade, sem manifestarem nomes pomposos.
Ponderemos mais este ponto irmãos. Atentamos a este fato terrível, que destrói a imagem de nossa religião. Doutrinemo-nos e eduquemos-nos.
A.D.

18 julho 2008

NANÃ BURUKU

NANÃ BURUKU (NÀNÁ BURUKU / NÀNÁ BÙKÙÚ / NÀNÁ BRUKUNG)

Aspectos Gerais
· Dia: Terça-feira
· Data: 26 de Julho
· Metal: Nenhum
· Cores: Lilás, Branco e Roxo
· Comidas: Aberém, Mugunzá, Mostarda e Taioba
· Símbolos: Ibiri e Bradjá
· Elementos: Águas paradas e lamacentas
· Região da África: Ex-Daomé
· Pedra: Ametista
· Folhas: Folha-da-costa, folha de mostarda, manacá, ojú oro, oxibatá, papoula roxa, quaraná
· Odu que Rege: Odilobá
· Domínios: Vida e morte, saúde e maternidade
· Saudação: Salúba!



Introdução: Nanã proprietária de um cajado. Nanã salpicada de vermelho, suas roupas parecem banhadas em sangue, orixá que obriga o fon a falar nagô (ketu). Água parada que mata derrepente, ela mata uma cabra sem usar faca. É considerada "orixá mais antigo do mundo". Quando orumilá chegou aqui para frutificar a terra, ela já estava. Nanã desconhece o ferro por trata-se de um orixá da pré-história, anterior a idade do ferro. O termo Nanã significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra.
Arquétipos: São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Calmos, as vezes mudam rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista ás últimas conseqüências. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. São majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.
Origem e História:
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã. Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nanã é muitas vezes considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja freqüentemente descrita como um orixá masculino.
Em algumas regiões da África, Nanã é conhecida como Inie e sua autoridade é ressaltada em um belo Oriki:
Para o alto não podemos subir, Do alto escorregamos. De volta pra casa,Não falar (do que viu).Vamos celebrar a festa do ano. O proprietário da casa esta em casa, O estranho pede caminho, Se Inie me dá, eu tomo. Se Inie recusa, eu não peço.
Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a memória ancestral de nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà) por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo em seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nanã se faz compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma idéia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã.
Nanã é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a origem e o poder. Entender Nanã e entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a terra, pois Nanã é a História. Nanã é água parada, água da vida e da morte.
Nana é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida. Nanã é a dona do axé por ser o orixá que dá a vida e a sobrevivência, a senhora dos ibás (que deveriam ser de barro) que permite o nascimento dos deuses (no barro dos ibás) e dos homens.
Nanã pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo ser carrega desde o seu nascimento. Na verdade, apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo preocupam-se com isso. Aqueles que praticam boas ações vivem preocupados com o seu próprio bem, com sua elevação espiritual, e desejam ao próximo o mesmo que pra si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável. A sua certeza é a imortalidade de sua essência.
Nanã, a mãe maior, é a luz que nos guia, nosso cotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nanã, pois os fundamentos dos orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso orixá.
Nanã Buruku foi a primeira esposa de Oxalá, mas perdeu o seu grande amor para Iemanjá.
Muito sábia Nanã era considerada por todos a guardiã da justiça. Era de fato juíza, as pessoas, especialmente as mulheres, costumavam queixar-se a ela, que fazia os julgamentos e aplicava os castigos. A coruja, animal que representa a sabedoria, pertence a Nanã.
O que surpreendia nas sentenças de Nanã é que ela só castigava os homens. Havia um jardim criado por ela especialmente para abrigar os eguns ---era o país da morte. Os maridos faltosos eram amarrados em uma das árvores. Nana convocava os eguns para assustá-los e, quando o pavor era insuportável, eles eram soltos.
Nanã não vira na cabeça de homem, aliás, Nanã abomina a figura masculina, pois o homem, através do esperma, líquido que é símbolo de Oxalá, semeia o óvulo e gera uma nova vida. Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento. A vida e tudo que a representa ---o esperma (homem) e o sangue ---são considerados tabus para Nanã.
É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nanã. Respeitada e temida, Nanã, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.



Notas bibliográficas
http://www.orixas.com.br/




Candomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin – 2000


Centro Espírita Estrela Guia
Mãe Zezé
Rua General Augusto Sesson, 478
Anchieta – RJ
Tel. (21) 3339-9330